sábado, 15 de outubro de 2011

Faz tempo

Eu sinto, muitas vezes, uma grande necessidade em escrever, entretanto quando seguro a lapiseira e olho pra folha a minha frente tudo some. Minha mente fica vazia e meus sentimentos se misturam ainda mais deixando-me sem saber o que sinto e que desejo.
Queria poder dizer que isso é passageiro, mas não tenho tanta certeza se será. As palavras que fluiam com facilidade agora sumiram e, as poucas que ainda enxergo, só me deixam mais confusa. Parece que minha vida esta meio incompleta, tudo que faço deixa em mim a impressão de ainda faltar algo. Eu não tenho mais em quem me apoiar.
Sinto-me angustiada, como se eu precisasse dizer algo, só que não sei o que é. Acho que é por isso que me afogo em musicas, com a intenção de não pensar em nada, de não sentir nada. Eu queria ter alguem aqui, porém parece que ninguem necessita de mim, a não ser que seja para conversar ou monologar. Sinto-me desnecessaria.
O que escrevo parece bobagem aos meus olhos, como se ninguem fosse se interessar por minhas palavras, só que aparecem pessoas que eu nem sei quem são e demonstram gostar, um pouquinho que seja, de minhas palavras. Será? Fico, muitas vezes, pensando nisso. Talvez eu esteja me valorizando a mais do que realmente é.
Não queria pensar em algumas coisas, como por exemplo eu ficar colocando sempre um "mas", um "entretanto" ou um "porém" em tudo que digo e vivo. A realidade não é bonita e nem tranquilizadora. Ela machuca. E é assim que eu me sinto. Machucada, entretanto ainda de pé.
(Pdr* - 15.10.11)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sujeito Indeterminado

Ela seguia olhando pela janela a espera de um acontecimento. Como se esperasse que o céu ouvisse seus pensamentos e mandasse algo emocionante para ela. Sempre que andava de carro ficava olhando para fora, para um mundo que não a pertencia.
As pessoas a consideravam de varias formas, mas nenhuma a caracterizava realmente. Ela sempre se sentia como se o que as pessoas diziam dela não fosse realmente para si, como se não fosse verdadeiras caracteristicas, mas sim fatos que as vezes ocorriam com ela e impressionavam os demais. Como ela queria ser normal, viver como muitas pessoas a sua volta viviam, mas não conseguia enxergar o mundo da mesma forma que eles.
Uma pergunta sempre levava a varias outras e era assim que vivia a mente dela. Quase sempre ignorava o que tinha a sua volta para se perder em pensamentos, fosse eles bons ou não. Ela gostava de pensar, do seu modo de enxergar tudo, porém odiava quando seus pensamentos chegavam a triste realidade do mundo.
Uma pessoa assim existe, perdida em um mundo impenetravel, sem que suas opiniões sejam ouvidas. Ela vive por si.
(Pdr* - 12.10.11)