quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sem motivo

Meu coração esta apertado, por que? Será que perderei mais alguém hoje? Não sei... Tudo aconteceu tão rápido da última vez que ainda nem me recuperei totalmente de minha perda. “Uma morte a cada ano, durante 7 anos. Essa será sua punição.”
O que foi que fiz de errado desta vez? Por que esse castigo? Nunca o entendi... 5 já foram, agora só falta 2 mortes. Quem serão? Não sei, mas queria poder impedí-las. Só que isso não é possível, não depende de mim. Qual será que foi meu pecado desta vez? Nascer?!
A última vitima foi meu pai, meu melhor amigo. Eles podiam ter levado qualquer um, mas resolveram levar justamente meu segundo maior bem, meu maior companheiro de aventuras. O pior não foi a sua morte e sim eu ter estado na hora, vendo-o morrer e não poder fazer nada para impedir. Assim que começa o processo não há como pará-lo, já tentei, mas nenhuma deu certo até agora.
Meu maior bem é meu coração, quando será que o levarão?? “Por favor, não me deixem aqui sozinha. Por favor...” Nunca me ouviram. Não me querem mais. Como farei para resistir a esses dois últimos anos, a essas duas últimas mortes? Como terei calma, se isso é um tormento para mim? "Me ajudem, por favor? Parem com isso, eu lhes peço, parem." Mas não há ninguém. Não há nada, que possa me dar uma única resposta.
Como vou acabar com isso? Será hoje? Como tentarei impedir? São tantas perguntas, mas nenhuma possui resposta, não agora... Melhor não fazer nada, quem sabe passa? Mas e as mortes?! Estou tão confusa que não sei mais o que pensar, pena que não exista quem possa me ajudar... Não há.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

*ilógico

Dia de verão.
Dia de inverno.
Dia de paixão.
Dia do mistério.

O ano passou
e não mais voltou
Acabou.
Mudou.

Tudo e nada.
Deixou de existir...
Se foi,
logo pra sempre partiu.

Por quê?
Pra que?
Por onde?
Pra onde?

Não sei.
Não quero saber.
Não há como achar,
ficou no mar...

Sumiu.
Perdeu-se.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A volta da escuridao

Senti que alguém me observava. Olhei à minha volta, mas nada vi. Quem me perseguia, mesmo que somente com os olhos, ali não se encontrava mais.
Eu caminhava vagarosamente pela praça vazia, admirando suas formas, que mesmo à noite eram muito belas. Uma brisa fria passou por mim, jogando meus cabelos para trás, trazendo ao meu ouvido palavras ditas por um ser que eu tanto odiava. "Pequena Katie...Voltei." Essa frase fez meus pelos se arrepiarem e meu coração congelar.
De repente a escuridão não parecia mais amigável, um medo nasceu na minha alma. Precisava correr, antes que ele me encontrasse. Apressei meus passos e, sem me dar conta, comecei a correr pelas ruas, até que essas me levassem a minha casa em segurança. Dois quarterões depois cheguei a minha residência.
Abri o portão e subi correndo a escada até chegar a entrada. Ela era toda de madeira, cheia de detalhes nos quais muitos eram de lindas flores, que o artista resolveu entalhar para, talvez, dar um toque de delicadeza. Parei por um momento para olhar para cima tentando ver, através do vidro transparente do teto, a lua. Um arrepio subiu por meu corpo, uma nuvem a envolvia. Coloquei a chave na fechadura e tentei destravá-la o mais rápido possível.
Entrei rapidamente para dentro do aposento. Encostei-me na parede respirando fundo. Tentei afastar o medo de mim. Suspirei. Agora estava à salvo, ele não entraria ali, mas por precaução virei-me para trancar a porta. Segundos depois sua voz me atingiu. "Sentiu saudades, Katie querida?" Meu sangue gelou, petrificando-me naquela posição. Percebi que ele havia levantado do meu sofá, que ficava na parte menos iluminada da sala, e que caminhava até mim.
"O que vou fazer?" - pensei. Não havia tempo para fugir, ele era mais rápido que eu e me alcançaria sem dificuldades se eu resolvesse correr dali. Minha única alternativa seria "esperar pra ver", pena que esse "esperar" podia ser bem sombrio...